Judiciário STF VAI ASSUMIR
STF retira do TJMT inquérito sobre assassinato de advogado em Cuiabá
A decisão foi emitida pelo ministro Cristiano Zanin, que também instruiu o Tribunal a enviar todas as mídias e dispositivos eletrônicos apreendidos
30/10/2024 14h20
Por: Redação Fonte: Folha do Estado

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) envie imediatamente os autos relacionados à morte do advogado Roberto Zampieri para Brasília. 

A decisão foi emitida pelo ministro Cristiano Zanin, que também instruiu o Tribunal a enviar todas as mídias e dispositivos eletrônicos apreendidos.

 Zampieri, que foi assassinado a tiros em dezembro de 2023 em Cuiabá, é suspeito de estar envolvido em um esquema de venda de sentenças judiciais no TJMT, o que gerou repercussão em outras cortes, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A transferência do caso para o STF segue uma linha de investigações coordenadas que envolvem várias instâncias judiciais. 

No último dia 24 de outubro, o STJ autorizou a operação “Ultima Ratio” em colaboração com a Polícia Federal e a Receita Federal, como parte das investigações de corrupção e tráfico de influência no Judiciário.

 A operação resultou no afastamento de cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) e em mandados de busca e apreensão em Cuiabá e outros locais. 

De acordo com as investigações, o advogado Roberto Zampieri era apontado como lobista e intermediário do esquema.

Segundo o despacho, o ministro Zanin reafirmou que todas as investigações processuais tramitarão exclusivamente na Suprema Corte, onde serão analisados pedidos e novas provas.

 A decisão visa centralizar a análise dos fatos conforme a competência do STF, dada a gravidade das acusações, que abrangem possível envolvimento de magistrados e lobistas em diferentes estados.

O assassinato de Zampieri, inicialmente vinculado a uma disputa fundiária, levantou suspeitas de que o crime possa estar conectado ao esquema de corrupção. 

No TJMT, a gravidade das acusações resultou no afastamento de dois desembargadores e de um juiz pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Este caso complexo e sigiloso, que agora envolve instâncias superiores como o STF e o STJ.