Na terça-feira, (11), o delegado João Antônio Ribeiro, que atuava em Lucas do Rio Verde, a 354 km ao norte de Cuiabá, foi detido pela Polícia Civil durante uma operação que investiga graves denúncias de corrupção e assédio sexual. A prisão ocorreu na Rodoviária de Cuiabá, quando o delegado retornava de uma viagem a Minas Gerais.

A ação foi conduzida pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil, que também executou um mandado de busca e apreensão na residência do delegado. As medidas foram solicitadas pela corregedoria e aprovadas pelo Ministério Público, com autorização da Justiça de Lucas do Rio Verde.

As investigações em curso revelaram um documento extenso, contendo quase 100 páginas, que detalha pelo menos oito casos de movimentações financeiras ilícitas atribuídas a João. As acusações incluem lavagem de dinheiro, cobrança indevida, omissão na apuração de crimes e assédio contra uma servidora pública.

Entre as alegações mais graves está a informação de que o delegado teria solicitado R$ 30 mil para não abrir um inquérito policial contra um motorista envolvido em um acidente de trânsito. Além disso, teria recebido R$ 40 mil de um advogado para arquivar um inquérito relacionado a falsidade ideológica em documentos de propriedade rural. 

Outras denúncias indicam que João Antônio Ribeiro transferiu para si um inquérito que originalmente estava designado a outra delegada para beneficiar interesses pessoais. Ele também teria solicitado pagamentos em troca de proteção e recebido vantagens indevidas para não dar seguimento a investigações envolvendo crimes cometidos por uma empresa.

Antes da prisão, a Corregedoria-Geral já havia solicitado a remoção do delegado para a Diretoria Geral da Polícia Civil, e ele estava prestes a ser realocado para Campo Novo do Parecis. A instituição afirmou que não irá comentar sobre procedimentos internos até que as investigações sejam concluídas.

A detenção do delegado ressalta a importância da integridade nas instituições policiais e o comprometimento das autoridades em combater a corrupção dentro da corporação. As investigações continuam em andamento para esclarecer todas as denúncias feitas contra João Antônio Ribeiro.