A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) avaliou que a mobilização dos auditores fiscais federais agropecuários já provoca efeitos iniciais na linha de produção de carne no Estado, o que resulta no prolongamento da espera para embarques. O presidente da entidade, Oswaldo Ribeiro Junior, afirma que bovinos de confinamento prontos para a entrega ficarão retidos.

"A cadeia produtiva da carne é sustentada por um elo robusto que não pode ser rompido, e é exatamente isso que estamos presenciando com a extensão dessa paralisação. Além de afetar diretamente a produção, a continuidade desse movimento prejudicará as exportações de carne e a saída de produtos perecíveis, impactando negativamente toda a economia", diz.

A mobilização dos fiscais agropecuários preocupa toda a cadeia produtiva da carne.

Os pecuaristas de Mato Grosso ressaltam que a escala de abates na indústria aumentou nas últimas semanas e que "os prejuízos se agravarão." A Acrimat destaca a importância da reivindicação dos servidores, mas disse que o pleito não pode comprometer a atividade agropecuária.

Nesta semana, os auditores fiscais federais agropecuários deflagraram uma operação em todos os frigoríficos do país registrados no Sistema de Inspeção Federal (SIF). Foi mais uma de várias ações da categoria, que reivindica melhorias salariais e reestruturação da carreira, com objetivo de chamar a atenção da iniciativa privada e aumentar a pressão sobre o governo federal.A categoria quer um "envolvimento direto" do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, nas negociações trabalhistas. Ele deve participar da próxima reunião dos servidores com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), no dia 29 de fevereiro.

A estratégia dos fiscais agropecuários é semelhante à usada pelos servidores da Receita Federal e da Polícia Federal em suas reivindicações de melhores salários.