Considerado o time de menor potencial ofensivo do Grupo B da Copa do Mundo deste ano, a Austrália entra em campo nesta sexta-feira (13) contra o Chile, na Arena Pantanal, com a difícil missão de retribuir a atenção e o carinho dos 15 mil torcedores que chegaram à cidade para torcer pelo time.
Durante coletiva realizada nesta noite em Cuiabá, o técnico Ange Postecoglou comentou a presença dessa que está sendo considerada a maior torcida que a Austrália já teve fora de casa em uma Copa do Mundo e a responsabilidade que isso traz para a seleção.
“Acho fantástico. O futebol está crescendo em nosso país a cada dia. Muitas pessoas viajaram até aqui e é uma viagem muito longa. O fato de terem gastado seu tempo para dar apoio à sua seleção é incrível. Os jogadores irão sair para a arena amanhã e vão sentir a presença da torcida, o que é muito bom”, afirmou.
O meia-campista e capitão da seleção australiana, Mile Jedinak, também comemorou o novo cenário que o time irá encontrar neste Mundial e disse que isso, por si só, fará da estreia do time no Brasil “um jogo muito especial” para a Austrália.
“Sabemos da distância do Brasil para o nosso país. Foi um grande esforço o que eles fizeram e será muito bom poder recompensá-los”, disse.
A seleção fez o reconhecimento do gramado da Arena Pantanal por aproximadamente uma hora, antes da coletiva.
Segundo o técnico, o time foi bem preparado e, agora, tem a responsabilidade de jogar bem, contribuir para o crescimento do futebol em seu país e “calar a boca” daqueles que acham que eles não tem chance de avançar no torneio.
“Não quero continuar a vir para uma Copa para as pessoas falarem que não temos nenhuma chance. Queremos que falem de nós como falam do Chile agora. Eles cresceram nos últimos cinco anos e queremos fortalecer o futebol no nosso país para que possamos crescer nos próximos torneios”, disse Ange.
Ele afirmou que ganhar do Chile será “um grande desafio”, mas que a pressão sobre o a posição da Austrália no ranking da Federação Internacional de Futbeol (Fifa) e o grupo em que se encontra – que ainda conta com a atual campeã, Espanha, e a vice, Holanda – não o incomoda.
“Isso não nos chateia. Entendemos que é um grupo muito difícil e que, se nós olharmos o ranking e a posição em que estamos, as pessoas nos veem como alguém que está fora de tudo, mas isso não importa. Estamos nos preparando da mesma forma e estamos prontos para isso”, afirmou.
De acordo com Ange, o público pode esperar um “futebol fantástico nesse grupo”, por serem times proativos e que jogam de forma opressora e positiva.
“Na época do sorteio eu disse que, apesar de estar jogando contra três nações muito fortes, do nosso ponto de vista, o que nos deixou felizes é que estávamos enfrentando três times positivos. Teremos grandes jogos nesse grupo”, avaliou.
Tempo de preparação
A Austrália foi a primeira seleção a desembarcar no Brasil para disputar a Copa do Mundo, em 28 de maio. Para o técnico australiano, o longo tempo em solo brasileiro ajudou – e muito – na preparação do time para o Mundial.
“Chegamos muito cedo para nos adaptar. Somos os que viajaram de mais longe e os que mais precisavam se adaptar ao fuso horário. Para nós, o dia virou noite. O tempo que passamos aqui fez com que os jogadores se acostumassem com o clima e com o fuso horário. Agora, eles estão prontos para jogar’, afirmou.
Para o capitão do time, as semanas de preparação também contribuíram para aumentar a ansiedade pelo jogo de estreia contra o Chile.
“[O Chile] é um time muito bom. Estão em boa forma e tiveram um bom desempenho nos últimos 18 meses. Vamos ter que jogar o nosso melhor jogo para ganhar alguma coisa”, afirmou.
Ange também não poupou elogios ao time adversário, afirmando que, além de ser uma seleção “excelente, tiveram muito sucesso nos últimos meses e podem causar um grande impacto nesse torneio”.
Afirmando se tratar de “um grande desafio” passar pelo Chile, Ange disse não estar nada surpreso pelo fato de que o técnico chileno, Jorge Sampaoli, ter dito anteriormente que sabe das mudanças feitas por Ange na Seleção Australiana.
“Somos um pouco desconhecidos ainda para o público, mas tenho certeza que o Chile fez seu dever de casa. Tenho certeza que tentarão anular as nossas fortalezas e vamos fazer o mesmo. É a Copa do Mundo. A pressão é enorme para nós e para o Chile. Eles não pegaram nenhum atalho em sua preparação e é isso que a gente espera”, disse.
Questionado sobre quais serão suas últimas palavras para os jogadores antes do pontapé inicial amanhã, Ange disse que concluiu seu trabalho e que incentivará o time a acreditar que eles estão prontos para o Mundial.
“Vou continuar a dizer a eles que eles estão prontos. Se eles acreditarem em tudo o que temos feito, eles se darão bem. Somos uma nação que quer se comparar com os melhores e vamos fazer isso. Tenho certeza”, afirmou.