Liderados pelo técnico Jorge Sampaoli, os jogadores da Seleção do Chile têm um desafio grande na tarde dessa sexta-feira (13), na Arena Pantanal: estrear na Copa do Mundo 2014 com uma vitória sobre a Austrália.
Sampaoli reconheceu que o time foi sorteado em um grupo difícil, com seleções que "cresceram muito" nos últimos anos, mas acredita que o conjunto está alinhado para fazer um "grande jogo" de estreia no Mundial.
“Temos muita fome, muita vontade de ir além e fazer um grande Mundial. Será como uma final para nós”, afirmou, durante coletiva realizada na tarde de hoje, em Cuiabá.
Afirmando que o técnico da Austrália, Ange Postecoglou, “tentou mudar a forma de jogo” do time adversário, o técnico chileno disse que não aposta em um jogo físico, como quer Postecoglou, mas em um alto nível de futebol em campo.
“Acho que o potencial que a Austrália tem hoje é resultado de todo um conjunto. Eles têm uma boa transição e dois volantes de contenção de alto nível, mas nós vamos pressionar para fazer aparecer os erros e aproveitar as chances. Temos condições de ser um time muito competitivo. Se não estivermos em uma boa tarde, será um jogo difícil para nós.”, disse.
O time chileno não irá treinar na Capital, descartando o uso do Centro Oficial de Treinamento (COT) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) – o único em Cuiabá que foi parcialmente concluído a ponto de poder atender às seleções que aqui vierem jogar.
“Vamos fazer o reconhecimento de campo, como é permitido, mas já treinamos pela manhã. Agora é descanso e aguardar a hora do jogo”, afirmou.
Mundial especial
Um dos principais jogadores da seleção chilena e que atua como meio-campista no Palmeiras, Jorge Valdivia, apelidado de “El Mago” disse que essa Copa terá um “gostinho duplamente especial” e negou os rumores de que não estaria bem para o torneio.
“É muito especial pelo fato de ser meu segundo mundial e ser no Brasil, o país onde eu jogo. Estou bem e com muita garra, muita vontade de conseguir fazer algo grande para o Chile. Espero que essa pressão de jogar no país onde trabalho seja algo positivo, no final de tudo”, afirmou.
Aos 30 anos e disputando o que pode ser a sua última Copa do Mundo, o Mago demonstrou ter expectativas de jogar durante os 90 minutos com a camisa 10 da seleção de seu país, mas disse que essa escolha não depende exclusivamente das suas condições físicas para o jogo.
“Isso depende de muitos fatores. Fisicamente temos trabalhado muito bem, mas posso ser substituído para acomodar melhor o time. Espero que eu possa jogar tudo o que esperam de mim”, disse.
Nessa estreia, Valdivia contará com a presença da família entre os mais de 20 mil chilenos que prometem lotar as arquibancadas da Arena Pantanal. Seu irmão e seu sobrinho vieram para Cuiabá junto de uma grande caravana para torcer pelo sucesso de “La Roja” em campo.
O “Mago” afirmou que, quando soube que o irmão pretendia seguir para Cuiabá de carro, no meio da torcida, a primeira coisa que disse a ele era que o achava um “louco” por percorrer uma distância tão grande com o filho, mas que agora já mudou de ideia.
“A nossa família é muito unida e essa experiência é nova para ele, é muito legal. Ele me contou que dormiu até em banheiros. Espero que amanhã eu possa dar uma alegria não só para ele e para o meu sobrinho, mas para todos os chilenos, principalmente os que vieram nas caravanas”, afirmou.