A empresa que ganhar a concessão para administrar a Arena Pantanal terá que garantir o acesso de clubes mato-grossenses como mandantes de jogos no estádio.
A condição será “cláusula pétrea” (que não pode ser alterada) no edital a ser lançado em breve, segundo a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa).
Com o fim dos jogos da Copa do Mundo em Cuiabá, o Governo do Estado deverá dar início, a partir dessa quinta-feira (26), ao processo licitatório para concessão do estádio, com a definição das equipes designadas para conduzir todo o certame.
Segundo o secretário extraordinário da Copa do Mundo, Maurício Guimarães, já há vários grupos interessados no contrato e, apesar de seu tamanho, estudos preliminares feitos pela pasta indicam que a arena terá um “custo de manutenção acessível”.
Ele, no entanto, não quis divulgar os valores de operação.
“A concessão deve ser viável e disputada, justamente porque os estudos indicam que o custo-benefício dela [Arena Pantanal] ao longo do tempo de concessão é extremamente atraente. O período de concessão deve variar de 25 a 30 anos”, afirmou.
Além de garantir o acesso e uso do estádio pelos clubes locais, outra regra apontada como básica e que deverá constar no edital trata da liberação do entorno da arena para uso da população.
O espaço público, segundo Guimarães, já foi incorporado ao cotidiano da população e usado como área de lazer pela sociedade desde o fim da obra, não podendo ser bloqueado pela empresa vencedora do certame.
“Isso são condições que estarão previstas em edital porque não podemos simplesmente fazer a concessão, passar um muro em torno de tudo aquilo lá e os clubes e as pessoas não conseguirem entrar e utilizar o espaço”, disse.
De acordo com o secretário, o Estado não mais deverá subsidiar a realização dos jogos locais no estádio, como fez antes da Copa, uma vez que o período de teste já foi encerrado.
“Temos várias possibilidades, várias propostas de clubes da Série B para fazer jogos na Arena Pantanal. Mas tínhamos que esperar acabar a Copa do Mundo, ver a nossa logística e fechar o custo operacional, porque acabou o período de testes. Agora, a Arena tem que, no mínimo, pagar seus custos”, disse.
O Estado agora deve avaliar todas as propostas feitas, mas garante que, enquanto a concessão não for realizada, vai oportunizar que todos utilizem o estádio como palco de jogo.
“O Governo não vai querer ganhar dinheiro em cima dos clubes”, ressaltou.
Próximos jogos
Até o momento, está confirmado pela Confederação Brasileira de Futbeol (CBF), segundo o Estado, o jogo entre Cuiabá e Paysandu, válido pela Série C do Campeonato Brasileiro, no dia 20 de julho no estádio.
Especula-se, porém, que o estádio possa ser palco do jogo entre Santos e Palmeiras, no dia 17 de julho, válido pela Série A do Brasileirão, o que ainda não foi confirmado pelo Estado.
Além disso, o Luverdense – time de Lucas do Rio Verde que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro – também estaria interessado em mandar jogos na Arena Pantanal.
“Vamos fechar o calendário em breve”, disse Guimarães.
Número de assentos
Guimarães descartou a possibilidade de redução dos assentos da Arena Pantanal.
Durante a Copa, foram disponibilizados 41.390 assentos e, com o fim do Mundial, esse número deverá ser ampliado para aproximadamente 44 mil.
“Não existe possibilidade de redução de assentos. A concepção inicial do projeto previa isso, mas provou-se que é algo impraticável”, afirmou.
Segundo ele, a Federação Internacional de Futebol (Fifa) já deu início à desmontagem de toda sua estrutura do estádio – como a Tribuna de Imprensa montada na arquibancada superior do Setor Oeste –, e permanece como “dona” da arena até o dia 30.
No dia 1º de julho, a Secopa reassume a gestão do estádio, dando início à desmontagem das estruturas complementares do entorno da arena – que deram suporte à realização da Copa do Mundo – e começará a “ajeitar” o estádio para o “modo legado”.
“A tribuna de imprensa foi montada para o evento da Copa do Mundo. Ela sai agora e ali serão instaladas as 2.500 cadeiras que estão guardadas aqui, a partir da semana que vem”, afirmou.
Questionado se a instalação deverá ser finalizada antes do dia 20 de julho, a fim de que o jogo entre Cuiabá e Paysandu aconteça sem problemas, Guimarães disse não ser necessário, porque nem todos os assentos serão liberados para o jogo.
“No dia 20 de julho não vamos liberar a parte superior do evento, porque é um público que vai conseguir trabalhar somente com a parte inferior”, afirmou.
Arena Pantanal
Inicialmente orçada em R$ 342 milhões, a Arena Pantanal foi finalizada valendo quase o dobro do planejado.
Segundo Guimarães, apesar de contratualmente a obra ter custado R$ 570 milhões aos cofres públicos, ela custou “algo em torno de R$ 620 milhões", porque houve reajustes previstos na Lei. 8.666/1993 (Lei de Licitações).