O presidente licenciado do Luverdense, Helmut Lawisch, anunciou agora a pouco as saídas de Reinaldo, Gabriel Leite, Braga e Misael. Os três últimos assinaram com Red Bull, Marília e Ituano, respectivamente, e vão disputar o Campeonato Paulista do próximo ano. Misael vai por empréstimo e retorna para disputar o Campeonato Brasileiro da Série B. O atacante ainda deve disputar os dois próximos jogos no Campeonato Brasileiro.

 

Em entrevista coletiva, Lawisch, que responde pela Federação Matogrossense de Futebol, disse que tomou a liberdade de anunciar os desligamentos dos atletas por se sentir responsável pelas contratações e considerou natural anunciar as decisões tomadas com a diretoria do clube durante o fim de semana. As dispensas são anunciadas num momento em que o risco de rebaixamento do clube na Série B é praticamente nulo. Durante a entrevista coletiva, o presidente interino anunciou que deve ficar à frente da Federação durante todo o ano de 2015.

 

Helmut elogiou os atletas dispensando, alegando que eles deixam as portas abertas para um possível retorno. Em relação a Misael, o dirigente afirmou esperar que o atacante retorne em 2015, embora deixe claro que se surgirem propostas e o jogador se sentir atraído, pode até fazer a rescisão contratual. "Ele tem tudo pra se superar. Aparecendo algum clube interessado e pague a multa rescisória que tem com a gente", pontuou.

 

O centroavante Reinaldo foi o único a participar da coletiva. O jogador, que veio do Metropolitano, ouviu do presidente licenciado sua importância na história do clube, onde marcou o primeiro gol na Série B e o primeiro da Arena Pantanal em competições nacionais. "Não precisamos ficar aumentando e estar falando", assinalou Helmut.

 

"Eu tenho que agradecer por vestir a camisa do Luverdense. Infelizmente nosso principal objetivo não foi alcançado, mas pelo menos deixamos o clube no lugar onde cheguei, que é na Série B", destacou o centroavante. "Honrei essa camisa que tenho certeza que dará muita alegria ao torcedor".

 

O presidente licenciado fez questão de afirmar que como presidente da FMF não defenderá o Luverdense em detrimento dos demais clubes que vão participar do Estadual 2015. Helmut defenderá a valorização da competição com a atração do torcedor aos estádios. Nesse sentido, o campeonato ganhou como um dos patrocinadores uma rede de móveis que vai trabalhar sua marca com a distribuição de prêmios. Serão sorteados três caminhões de prêmios em concurso cultural, cujos detalhes ainda serão anunciados.

 

Durante a entrevista, Lawisch foi questionado sobre rumores da falta de pagamento. Ele disse que o time passou por maus momentos, ocasionando atraso no pagamento de atletas. O presidente afirmou que o problema foi sanado e tudo colocado em ordem. "Assustou porque não tinha acontecido aqui. Está sanado, colocamos a casa em ordem na questão financeira".

 

No próximo ano, o Luverdense vai disputar pelo menos quatro competições de peso. Além do Estadual, que garante vaga para a Copa do Brasil do ano seguinte, o time vai disputar a Copa Verde, que dá ao campeão o direito de disputar a Sul-Americana, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro da Série B. Para isso, a diretoria já negocia a permanência de alguns atletas, como o lateral Raul Prata, que despertou interesse de vários clubes antes de se machucar, Zé Roberto, Montoya, Jean Patrick, Gilson, Samuel, Léo, Thomazella, entre outros atletas. Além deles, a diretoria já encaminhou conversações com outros atletas, que devem ser anunciados pelo presidente Jaime Binsfeld.

 

"A ideia é manter de dez a doze atletas desse time que jogando e fazer um time competitivo", adiantou.

 

O presidente licenciado disse torcer para que o Luverdense encare um time de expressão, como aconteceu no ano passado, quando enfrentou o Corinthians. Ele argumentou que o ranqueamento da CBF dá condições para que o time sonhe nesse sentido. O time deve figurar entre os 40 mais bem ranqueados do país. "Imagino entre 35 a 40 e por isso corremos o risco de ficarmos no terceiro pote (do sorteio) da Copa do Brasil. Mas devemos ficar no quarto pote. Aí nós ficamos no primeiro mata-mata da Copa do Brasil com os clubes do oitavo pote, com menos ranking. Isso não quer dizer que nós vamos jogar com 'morto'. Pra ter uma ideia, o Ituano (atual campeão paulista) é um dos clubes de menos ranking do futebol brasileiro", racionou. Na ótica de Helmut, pode acontecer com o LEC o mesmo que aconteceu ao Cuiabá, que venceu o Barbalha e encarou na sequencia o Internacional de Porto Alegre. "Eu torço pra nós pegar um grande clube", disse.

 

O dirigente lamentou o que chamou de indiferença por parte do torcedor do Luverdense que não tem comparecido ao Passo das Emas conforme o esperado. A média de público nos jogos tem ficado abaixo de 1,5 mil torcedores. "Acho que a cidade não atende e não entende o que é um clube na Série B. Por conta disso, eu sou um ferrenho defensor de que o Luverdense tenha que se estadualizar mais e nós temos recebido apelos pra jogar em Sinop, Rondonópolis, Cáceres, pra jogar na Arena Pantanal", revelou Helmut, lembrando que dos 18 jogos da Série B deste ano, apenas dois foram disputados em Cuiabá (contra Vasco e Náutico). "Achamos que pra mandar jogo aqui seria mais fácil pra ganhar, e não foi verdade", assinalou, reclamando que o torcedor não soube valorizar a presença do time. "O pessoal foi mal. Não sei de quem foi a culpa, minha não foi, sempre procurei incentivar", adiantando que a presença de público pode definir o calendário, com o mando de jogos em outras cidades. "Precisamos estadualizar mais o Luverdense".

 

Sobre a comissão técnica, Helmut não falou sobre contratações. Ele deixou claro que o futuro técnico terá que se adequar à realidade e ao estilo do clube. "Tem que vir pra cá e abraçar a oportunidade de dirigir um time de Série B do Campeonato Brasileiro, um time que tem os melhores calendários do futebol brasileiro", destacou.