O senador Humberto Costa (PT-PE), coordenador parlamentar do Brics no Senado, defendeu nesta quinta-feira (5) a criação de um parlamento permanente para esse grupo de países. Ele falou sobre o assunto logo após o encerramento do 11º Fórum Parlamentar do bloco , realizado em Brasília entre desde terça-feira (3).
Ao fazer um balanço dos trabalhos, Humberto ressaltou a necessidade de reduzir a dependência tecnológica em relação a países mais desenvolvidos e defendeu um novo modelo de governança global. Segundo ele, a institucionalização do encontro de parlamentares seria um caminho para fortalecer essa pauta do Sul Global.
— Nós vemos a tendência do próprio grupo dos Brics assumirem uma institucionalidade relevante. Nós estamos buscando aqui alguns parâmetros internacionais para legislações. Entre elas, a inteligência artificial [IA] e o novo desenho da ONU. Há espaço, sim, para que, em breve, a institucionalização desse fórum seja de fato um Parlamento — argumentou.
Humberto Costa acredita na possibilidade de uma regulamentação comum da coalizão sobre a IA. Segundo ele, os integrantes do Brics concordam que o uso dessa nova tecnologia deve ser inclusivo, responsável e ético. Ele também mencionou as questões ambientais como tendo uma importância especial nas discussões comuns.
O parlamentar afirmou que o evento deixa um legado importante. Na avaliação dele, a pauta das reuniões foi extremamente atual e uma temática semelhante deverá ser tratada durante a cúpula dos chefes de Estado que será realizada em julho, no Rio de Janeiro. O encontro também terá a presidência do Brasil, que assumiu o posto até dezembro deste ano.
— Esses temas são muito importantes, não só para o fortalecimento do grupo, mas para o enfrentamento dos grandes desafios que a humanidade tem hoje. O debate sobre o protagonismo das mulheres na vida de cada um dos países, o debate sobre as questões econômicas, financeiras, as sobretaxações no comércio internacional — analisou.
O senador afirmou que a declaração conjunta do fórum, apresentada ao final do encontro, será levada aos chefes de Estado e que deverá ser considerada durante os debates no Rio de Janeiro.