O barro parecia apenas um monte disforme diante dos olhares curiosos. Mas bastava um toque, uma pressão suave com os dedos e um giro na roda de oleiro para a mágica começar. Foi assim, de forma lúdica e encantadora, que dezenas de crianças viveram uma experiência única durante as oficinas da Feira Viva Mulher, realizadas no Museu do Rio, em Cuiabá.
A programação, que começou na quinta-feira (12), é fruto de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico e a Secretaria da Mulher. Gratuita e aberta ao público até o dia 29 de junho, a feira promove atividades de formação, cultura, empreendedorismo e arte — com destaque para a oficina de cerâmica, que transformou pequenos em grandes artistas.
“Isso aqui é uma coisa mágica”, disse o ceramista Osmar Virgílio, que há mais de 30 anos molda histórias em barro. “A criança olha um montinho de barro e, de repente, aquilo vira uma algo bonita. Parece mágica. É lúdico, é acessível. A gente está trazendo nosso trabalho pra rua, pras crianças tocarem, criarem, experimentarem. Isso é política pública chegando onde precisa”.
Quem também se encantou foi o técnico mecatrônico Eider Pereira, que acompanhava o filho Isaque na oficina. “A primeira vez que viemos aqui, ele já ficou empolgado. Agora, quando soube que teria oficina, quis voltar. É incrível ver como incentiva a criatividade das crianças”, contou.
E Isaque confirmou com um sorriso de barro no rosto: “Eu fiz uma tigela. Vou levar pra casa!” Já Ana, de olhos brilhando, declarou: “Minha mão ficou toda suja, mas tá bonito demais!”
Entre risos, mãos sujas e olhares atentos ao torno girando, a oficina mostrou que o barro ensina mais do que arte — ensina paciência, cuidado e a alegria de transformar algo simples em algo único.
Ao longo dos dias, a Feira Viva Mulher segue com palestras, oficinas de beleza, rodas de conversa e exposições, com foco especial no protagonismo feminino e na valorização de saberes populares. Mas, entre uma atividade e outra, será difícil esquecer a alegria pura de uma criança vendo o barro virar sonho nas próprias mãos.
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