
O recesso parlamentar e as festividades de Natal estão servindo como período de reflexão e estratégia para os deputados estaduais de Mato Grosso. Pelo menos 9 dos 24 parlamentares da Assembleia Legislativa (ALMT) já articulam a troca de partido para a disputa eleitoral de 2026. O objetivo principal é encontrar chapas menos competitivas ("mais leves") e se distanciar de legendas que possam ser prejudicadas pela polarização política nacional.
A mudança mais impactante deve ocorrer no PSB. A sigla corre o risco de perder todos os quatro deputados eleitos em 2022. O presidente da Assembleia, Max Russi, está de saída para o Podemos, levando consigo os deputados Fábio Tardin e Beto Dois a Um. A saída de Russi é vista como estratégica, buscando um partido de direita para evitar o desgaste de estar em uma legenda que compõe a base do governo federal no palanque de 2026.
Outras siglas também registram movimentações intensas:
Republicanos: O partido do vice-governador Otaviano Pivetta deve receber o Dr. Eugênio (ex-PSB). A sigla já conta com a filiação de Nininho (ex-PSD) e articula a chegada de Chico Guarnieri (atualmente no PRD).
PL e Novo: O deputado Faissal Calil migrou para o PL, enquanto Elizeu Nascimento fez o caminho inverso, acertando sua ida para o partido Novo.
PRD: Sob o comando de Mauro Carvalho, o partido deve abrigar Paulo Araújo, que deixa o PP devido à federação com o União Brasil.
As mudanças serão oficializadas até abril de 2026, período em que se abre a "janela partidária", permitindo a troca de legenda sem o risco de perda de mandato por infidelidade partidária. Para os parlamentares, este momento de final de ano é crucial para ouvir bases eleitorais e aliados, definindo o rumo que garantirá a sobrevivência política no próximo pleito.
O esvaziamento de algumas siglas e o fortalecimento de outras indicam que a disputa pelas 24 cadeiras da ALMT em 2026 será marcada por uma forte reorganização das forças de direita e centro-direita no Estado.