Para começar, as chances de engravidar após os 40 anos são muito menores, pois a reserva de óvulos diminui significativamente com a idade, e os óvulos mais velhos são mais propensos a desenvolver problemas. Tudo porque, diferentemente dos homens que produzem diariamente os espermatozoides, as mulheres já nascem com todos os óvulos necessários para toda sua vida fértil prontos nos ovários.

As probabilidades de conceber um bebê durante um ciclo mensal são de uma em cada quatro aos 20 anos, uma em cada oito aos 35 anos e uma em cada 12 a partir dos 40 anos. Para se ter uma ideia da perda de óvulos, aos 40 anos, uma mulher tem apenas 5% da quantidade de óvulos de seu nascimento. Uma mulher com 40 anos tem chance de 50% de engravidar dentro de um ano, aos 43 anos esta chance cai para 1%. Depois de 45 anos fica quase impossível engravidar a partir dos seus próprios óvulos.

No entanto, além da dificuldade maior de engravidar nesta faixa etária, existem também os riscos maternos de uma gravidez tardia. A partir dos 40 anos, a mulher possui mais chance de ser acometida por pressão alta, diabetes ou outras doenças que agravam ainda o mais o risco da gestação. Possuem ainda maiores riscos inerentes à gestação, como aborto espontâneo, pré-eclâmpsia, parto prematuro, anomalias placentárias, gestação múltipla e crescimento intra-uterino restrito.

Se a mulher tem saúde boa, sem doenças clínicas, como diabetes e hipertensão, a gestação tende a ser tranquila, sem intercorrências. Logicamente deve ser uma gravidez muito bem acompanhada, com um pré-natal rigoroso, para que se reduzam os problemas de desenvolvimento do bebê. Além do risco da prematuridade já citado, devemos alertar que existe um risco crescente com a idade da mulher de que o óvulo tenha alguma alteração genética.

O mais comum são as alterações no número de cromossomos. Neste caso, o embrião formado também terá seu número de cromossomos alterados. A forma clássica, mais conhecida, desta situação é a Síndrome de Down, que é a trissomia do cromossomo 21 (a criança tem 1 cromossomo a mais). Para mulheres que engravidam aos 20 anos, o risco de Síndrome de Down é de um para cada 2.000 bebês nascidos. Se a mulher  engravida aos 40 anos, o risco é de um para cada 100 bebês.