A CBF iniciou 2016 do mesmo modo que encerrou 2015, em acentuada crise e mergulhada em escândalos. Nesta terça, conforme o Terra antecipou na última segunda-feira, o presidente em exercício Marcus Vicente foi afastado do cargo para que Marco Polo Del Nero, então licenciado, reassumisse o comando do futebol brasileiro. A medida é mais uma manobra do grupo de Del Nero, indiciado pela Justiça dos EUA por crimes de corrupção, e se deu por dois fatores.

Vicente não vinha seguindo a cartilha do grupo de Del Nero e já fazia planos para um mandato longo, com cortes em gastos da casa Além disso, com a eleição às pressas do coronel Antônio Nunes como um dos vices da entidade, no final do ano passado, Del Nero e seus seguidores impediram o risco momentâneo de perder o controle da CBF.

Caso a Fifa resolva afastar Del Nero do futebol, hipótese bastante provável, Nunes, de 77 anos, assumiria a presidência. Antes da eleição do coronel, a vaga pertenceria a outro vice, Delfim Peixoto, que tem defendido publicamente uma varredura na CBF e a punição rigorosa para quem se beneficiou dela ilicitamente nos últimos anos.

 Num rápido comunicado que foi ao ar pela TV CBF, Marcus Vicente se despede da presidência visivelmente contrariado. Há no mínimo uma contradição no seu discurso. Ele diz que já estava combinado que Del Nero voltaria à CBF em 5 de janeiro. No entanto, em dezembro, Vicente declarou ao Terra que se afastaria do Congresso por alguns meses para substituir Del Nero, que então se licenciara por cinco meses. Falou de seus planos para os próximos 150 dias e pediu a união das federações para dirigir a CBF.

Saída

Também nesta terça, a CBF afastou o diretor de Comunicação, Fernando Mello, que ocupava o cargo havia sete meses. Será substituído interinamente por Douglas Funardi.