Joseph Blatter voltou a negar que houve compra de votos para levar a Copa do Mundo de 2022 para o Catar. Para justificar o seu ponto, o presidente licenciado da Fifa contou um episódio de bastidores que teria ocorrido poucos dias antes da escolha da sede, em 2010. À época, a candidatura do país asiático disputava principalmente com os Estados Unidos, e o dirigente suíço insinuou que um pedido do ex-presidente da França Nicolas Sarkozy acabou pesando a favor dos asiáticos.
- Você não pode comprar uma Copa do Mundo. No final, vai apenas onde as mais altas influências políticas atingem. Para a Copa do Mundo de 2022, o Platini pelo menos teve a cortesia de me telefonar e dizer: “Tivemos agora uma reunião com o chefe de Estado e ele está me pedindo para apoiar a França por diferentes razões, então eu vou fazer isso”. Ele foi muito correto, me telefonou e disse que o voto dele não iria para os americanos – disse ao “Times”, citando o presidente afastado da Uefa, o também francês Michel Platini.
O voto do presidente da Uefa iria em teoria para os Estados Unidos, mas acabou indo para a candidatura catari, que recebeu 14 votos contra oito dos americanos. O acordo entre os dirigentes seria o de levar Mundial de volta para os EUA em 2022, mas mudanças de última hora como as de Platini mudaram o rumo da disputa.
- Ele (Platini) disse que, quando há um pedido de um chefe de estado, você ainda pode dizer sim ou não, mas dentro dos interesses da França... Eu sabia que haveria um problema, nós tentamos, mas já era tarde demais. Foi uma semana ou 10 dias antes da votação. Tentei ver o que votos que deixaram os EUA, mas quatro votos foram perdidos.
O comitê de ética da Fifa anunciou em dezembro que Joseph Blatter foi banido de todas as atividades relacionadas ao futebol por oito anos, assim como Michel Platini. Os dois dirigentes foram punidos por conta de um pagamento autorizado por Blatter para Platini no valor de R$ 8 milhões por um trabalho realizado no fim de 1999 e no início dos anos 2000, mas com o pagamento efetuado apenas em 2011. E o suíço, que ainda busca recurso, voltou a se defender.
- Não matei ninguém, não roubei um banco, não tirei dinheiro de alguém e sempre tratei bem minhas ex-namoradas. É verdade. Elas me defendem. Houve uma que eu estive casado apenas por alguns meses e ela sempre está me defendendo.