Foram duas horas que Danell Leyva não vai esquecer. O americano abriu e fechou a sessão das finais da ginástica artística, nesta terça-feira, com apresentações quase perfeitas na barra fixa e nas barras paralelas, levando duas medalhas de pratas. Mas as conquistas são, na verdade, o roteiro dos sonhos para quem sequer iria competir na Rio 2016. O ginasta era reserva da forte equipe dos Estados Unidos e acabou herdando a vaga de titular semanas antes da competição, por causa de uma lesão do amigo John Orozco.
– Foi incrível. Sinceramente, foi um sonho que se tornou realidade. Ninguém teve um dia perfeito, mas senti como se o meu tivesse chegado o mais perto possível da perfeição. Estou incrivelmente feliz. Foi certamente uma redenção, não apenas para mim, mas para a equipe toda. Meu sucesso é mais da equipe do que meu – disse Danell, que chegou a aprender português para a Olimpíada.
O ginasta sempre foi um astro da equipe americana, e sua ausência no quinteto inicial gerou certa polêmica no país. Ele foi bronze no individual geral dos Jogos de Londres 2012 e era o atual vice-campeão mundial da barra fixa.
Danell nasceu em Cuba e foi acolhido ainda criança pelos EUA. O padrasto Yin Alvarez, ex-ginasta da seleção cubana, é também o técnico do americano e dá um show quando o pupilo se apresenta. Ele acompanha os movimentos com os braços, com pulos e gritos. Uma cena quase teatral que rendeu ao treinador o apelido de Técnico Yinsanidade. Ele repetiu o ritual nesta terça.
– É uma honra saber que fechei a Olimpíada e fiz uma série como aquela na barra fixa. Não poderia pedir mais – disse Danell.
O americano só ficou atrás do ucraniano Oleg Verniaiev nas barras paralelas e do alemão Fabian Hambuechen na barra fixa.