O mercado é bastante dinâmico e, apesar de os economistas serem capazes de prever recessões, nem sempre é possível fazer um planejamento comercial a fim de se obter lucratividade em meio à crise. Por causa disso, o varejo de bens supérfluos é um dos setores que mais buscam contornar a queda nas vendas.
Em momentos de retração, ao passo que os consumidores gastam consideravelmente menos e destinam seu dinheiro a bens de primeira necessidade, a oferta de alguns artigos visto como dispensáveis deve ser atraente e tentadora para conquistar compradores e evitar prejuízos: a redução de preços e queda de juros são as principais tomadas de decisão dos comércios varejistas.
Eletrodomésticos
Esta é uma das categorias que mais sofreram reajustes nos valores de venda devido à instabilidade financeira. Por serem bens duráveis, é quase impossível haver aumento na demanda, ou seja, se não existem muitos compradores, os estoques se mantêm cheios e o prejuízo é certo.
Para se desviar da falência, as empresas nesse setor estão com os preços bem abaixo do esperado, além de diminuírem alguns impostos ou juros vindos do crédito de que os consumidores necessitam para realizar uma compra. Algumas lojas, como esta, reduziram seus preços em 30%.
Automóveis
Muito embora seja esta uma esfera relutante à redução do preço de venda, o setor automobilístico busca contornar os efeitos da crise através da concessão de juros mais atraentes e de crédito, ao trocar seu veículo usado por um novo.
Por não ser um bem de primeira necessidade, os estoques das concessionárias estão praticamente intactos. A desvantagem é que ainda exige do possível consumidor certa pesquisa e paciência na negociação, mas para quem está realmente decidido a mudar de carro é bastante provável que conseguirá adquirí-lo de maneira vantajosa.
Construção
Em um momento em que as pessoas não têm poder de compra satisfatório, é muito difícil que elas invistam em reformas e em construção, ou seja, é mais uma categoria que sofre impactos diretos no comércio varejista. Outro fator que restringe a demanda é o investimento por trás, que é altíssimo: quando se faz uma reforma, é exigido muito mais gastos do que apenas material de construção – como mão-de-obra e decoração.
Por consequência, a fim de evitar prejuízos e esvaziar o estoque, o setor optou por reduzir drasticamente os valores de venda e, assim, despertar o interesse dos possíveis consumidores. Para se ter melhor ideia, a queda do preço de cimento e tijolos gira em torno de 30%.
Moda
Quem sabe a esfera com maior queda visível nos preços, principalmente em relação aos sapatos, o setor de vestuário é mais um de bens supérfluos, embora tenham caráter semi-durável. Seguem a mesma lógica dos itens acima: os estoques não sofrem alteração considerável pelo desinteresse da demanda e, por isso, precisam reavaliar seus valores de venda.
Apesar de terem diminuído também a produção, conseguem manter-se sem muitos prejuízos pelos preços bem mais em conta do que antes: a maior redução pode ser vista na venda de calçados, com preços até 50% mais baixos.