Sem jogar um único minuto na vitória do Inter de Milão sobre o Genoa por 2 a 0, Gabigol abandonou o estádio San Siro decepcionado, mas com ideias bem definidas sobre o que pretende para o seu futuro. O atacante brasileiro não aceitará um possível empréstimo ao Las Palmas e, pelo que a reportagem apurou, diante dessa condição, ele elegeria um regresso ao Brasil. A preferência do jogador é permanecer no Inter de Milão e continuar lutando pelo seu espaço. A torcida apoia e pede mais minutos para o brasileiro, os companheiros elogiam o seu empenho, mas de Frank de Boer para Pioli, a situação do ex-Santos não melhorou nada. Perante uma pressão midiática constante em cima de um jogador que custou 29 milhões de euros (cerca de R$ 103 mi) aos cofres nerazzurros e nunca joga, a diretoria tem pressa em encontrar uma solução para o caso.

– Eu acho que ele é um ótimo atacante, tem força, tem técnica, tem todas as potencialidades para jogar neste clube, mas senão lhe dão uma chance como pode fazer? Eu recordo perfeitamente que o próprio Adriano sofreu no começo e não jogou logo, mas depois se tornou num ídolo. Eu vi alguns jogos do Gabigol e gosto dele, espero que possa ficar e jogar mais vezes nos próximos meses – opinou um torcedor, Antonio Piccerillo de 33 anos, com lugar cativo no San Siro desde 2003.

GABIGOL REJEITA LAS PALMAS

Na vitória do Internazionale sobre o Genova, Stefano Pioli deu alguns sinais de que poderia escalar Gabigol no segundo tempo, mas o brasileiro só aqueceu a musculatura na beira do gramado e voltou para o banco de reservas. No final, abandonou o estádio rapidamente ao lado de um dos seus concorrentes diretos pela vaga, o brasileiro naturalizado italiano Éder. O jovem não quis falar sobre a sua situação. O camisa 96 do Inter de Milão deixou claro que não está satisfeito com a atual situação, mas que não pretende jogar no Las Palmas a partir de janeiro e que até pondera um regresso ao Brasil.

O clube espanhol teria feito uma oferta por Gabigol na passada semana, mas o próprio Inter ainda não sabe o que fazer. Está decidido que algum dos atacantes terá de abandonar San Siro para reduzir o elenco, mas a prioridade é de se desfazerem de Jovetic, que manifestou seu desejo de sair para jogar com regularidade. A situação de Gabigol está pendente de outros casos, e o brasileiro não está disposto a aceitar qualquer clube.

Empoli, Pescara ou até Bologna não agradam, porque, como são times que vão lutar contra o rebaixamento na segunda metade do campeonato, estarão quase obrigados a praticar um futebol defensivo e, portanto, pouco adapto às caraterísticas do atacante. Clubes como Genoa ou Sampdoria, que ocupam o meio da tabela, e praticam um futebol ofensivo, seriam mais propícios para o futebol do campeão olímpico brasileiro, mas a sua vontade será determinante.

– Pelo que eu conheço do Gabriel, acho difícil sinceramente ele ir jogar para um time pequeno. Muito difícil – comentou um de seus companheiros de vestiário que preferiu não ser identificado.

Na zona mista do estádio, a reportagem também conversou com um dos titulares de Pioli, o defensor Danilo D'Ambrosio, que está no clube desde 2014, e tentou explicar a situação delicada do companheiro.

– É normal que ele não esteja contente, todos querem jogar e é uma situação complicada mesmo, mas ele está treinando bem, está se adaptando, eu vejo uma evolução. Quem sabe se ele está pronto ou não é o técnico, eu não posso falar afirmou o jogador italiano.

GABIGOL BRILHA EM TREINO

No último treino antes do duelo com o Genoa, Gabigol deu uma assistência e fez um belo gol arrancando elogios do treinador Pioli. A sessão de trabalho correu tão bem ao brasileiro que a expectativa era que ele pudesse receber uma chance de atuar no domingo diante do Genoa, só que na hora de escalar o time, o técnico surpreendeu tudo e todos ao apostar no veterano argentino Palácio. Gabigol aqueceu ao lado de Jovetic e Banega, mas no final e, com o placar em 2 a 0, o treinador italiano optou por colocar mais um meia (Banega) para segurar a bola no meio-campo e não correr riscos. Uma vez mais questionado sobre o ex-atacante do Santos, Pioli não deu muitas esperanças.

– Quando houver situações que eu julgar oportunas, ele jogará. Quando eu pensar que ele está melhor que seus companheiros, eu o escalarei. Se não, escalarei outros jogadores – resumiu Pioli.

Os próximos dois jogos do Inter de Milão são contra o Sassuolo fora de casa e depois contra o Lazio em San Siro. Gabigol continuará treinando em busca de uma chance, mas as movimentações internas em busca de uma solução temporária longe de Milão agora são reais.