Um grupo de pesquisadores saiu em busca de desvendar um mistério secular: como morreu, aos 29 anos, a imperatriz Maria Leopoldina? Estudiosos descobriram e contestam a versão que até então vigorava de que as agressões de Dom Pedro I poderiam ter sido a causa da morte. A reportagem foi exibida pelo RJTV nesta segunda-feira (20).
A última revelação, aliás, veio da cripta onde estava sepultada a imperatriz. Durante os últimos três anos, historiadores, arqueólogos e peritos trabalharam para descobrir por qual razão morreu, em 1826, Leopoldina, esposa de Dom Pedro I e mãe de Dom Pedro II.
Passaram-se nove dias desde que a imperatriz sofrera um aborto. Febre alta e outros sintomas levaram a uma infecção generalizada. A versão de que ela teria sido agredida pelo imperador veio das interpretações de uma carta da própria Leopoldina. Segundo o relato, ela teria levado um chute na barriga, ainda grávida, e até teria sido empurrada escada abaixo.
A partir disso, os pesquisadores passaram a estudar os corpos do imperador e da imperatriz. Com auxílio dos recursos mais modernos da medicina, os estudiosos descobriram que antes da morte não houve "trauma muito violento".
"Um abortamento, no terceiro mês, para ser provocado por um trauma, ele teria que ser um trauma muito violento, a gestante teria que ter ruptura de alguns órgãos, ou mesmo uma fratura óssea", contou o médico-legista Luis Roberto Fontes.
A historiadora Valdirene Ambiel complementa dizendo que Leopoldina não "apresentou nenhum tipo de fratura". Para os especialistas, o aborto sofrido pela imperatriz se deu por conta de uma doença que evoluiu de maneira grave.
Ainda assim, os pesquisadores afirmam que não podem garantir que Dom Pedro nunca tenha sido violento com a esposa, mas ressaltam que não foi um ato de violência que levou à morte da imperatriz.
O sofrimento da imperatriz
Em dezembro de 1826, mês e ano em que a imperatriz morreu, o Diário Fluminense publicou os boletins médicos que mostraram como sofreu, em seus últimos dias, Maria Leopoldina.
A morte gerou comoção na sociedade e uma multidão foi para a frente do Palácio da Quinta. A popularidade de Leopoldina voltou a ser revivida como personagem histórica durante a novela da TV Globo, "Novo Mundo".