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"Nossa função é proteger e melhorar a qualidade de vida das vítimas", frisa escrivã que há 14 anos atua no combate à violência contra mulher

Camila Molina/Polícia Civil-MT Um ano após a criação da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06), a escrivã Cib...

Redação
Por: Redação Fonte: PJC MT
24/04/2021 às 08h50 Atualizada em 10/02/2023 às 09h33

Camila Molina/Polícia Civil-MT

Um ano após a criação da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06), a escrivã Cibele Maria de Amorim Vilela ingressou na Polícia Civil de Mato Grosso e atua no combate à violência doméstica e defesa da mulher desde que iniciou a sua carreira e escolheu como unidade de lotação a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) de Cuiabá. Desde a época de estudante, Cibele já pensava em ingressar na carreira pública e estava concluindo a faculdade de Direito quando fez a inscrição no concurso da Polícia Civil no ano de 2005.

Turma de 2007 de escrivães da Acadepol

Devido ao bom desempenho no curso de formação na Academia de Polícia, Cibele pode escolher a unidade de lotação e em setembro de 2007 começou a trabalhar na Delegacia da Mulher de Cuiabá, unidade onde continua lotada após 14 anos do início da sua carreira.

Atualmente como escrivã-chefe do cartório central da DEDM, Cibele lembra que quando começou a atuar com casos de violência doméstica e familiar, a Lei Maria da Penha tinha apenas um ano de criação, sendo um momento de grandes mudanças e evolução na defesa dos direitos da mulher e das unidades especializadas.

"Posso afirmar que vi e, muitas vezes, participei do crescimento da delegacia e da evolução do desenvolvimento de um trabalho de eficiência de proteção à vítima. Hoje a Delegacia da Mulher é uma delegacia de grande visibilidade e a unidade que mais produz inquéritos no estado de Mato Grosso. Ter vivido e presenciado toda essa mudança é algo que marcou a minha carreira como policial", descreve a escrivã.

Para ela, todos os casos de violência contra a mulher são muito tristes, uma vez que na maior parte das vezes são cometidos por pessoas próximas às vítimas, em quem ela confiava e que deveria cuidar e protegê-la.

Um dos casos que se recorda ocorreu em 2019, quando uma vítima teve o corpo queimado pelo namorado, por ciúmes. No início da investigação, a vítima se recusava a colaborar. Foi preciso muito trabalho de toda equipe - escrivães, investigadores, núcleo de inteligência - para convencê-la a denunciar o agressor.

"Ela era uma mulher muito vaidosa e presenciar seu sofrimento vendo o corpo desfigurado foi muito triste. São muitos casos de vítimas queimadas, mutiladas, estupradas, mas acredito que ainda não vi de tudo, pois aqui podemos ver que o ser humano é capaz de coisas terríveis", disse.

Aprender a ouvir

Tantos anos de trabalho diário com vítimas de violência doméstica também trouxeram mudanças para a vida pessoal e profissional da escrivã. Através da sua atuação como policial, a escrivã disse que passou a desenvolver habilidades como a escuta ativa e acolhedora, ter mais empatia com as pessoas, o que dá possibilidade a ela de mitigar o sofrimento de muitas mulheres vítimas de todos os tipos de violência.

"A maior satisfação que temos é quando conseguimos ver as vítimas se libertando do ciclo de violência. Também é gratificante tirar o agressor do convívio da mulher que está sofrendo com um crime. É o que me move até hoje, saber que posso dar liberdade para uma vítima, através do trabalho desenvolvido na delegacia, pois é para isso que trabalhamos. Nossa função é proteger e melhorar a qualidade de vida das vítimas", afirma a policial.

Além das mudanças na lei, Cibele também destaca a evolução tecnológica da Polícia Civil, como o inquérito eletrônico e a modernização das técnicas de investigação policial, que geraram o aumento na resolução de crimes e uma repressão mais qualificada.

Mesmo diante de tantos pontos positivos, Cibele ressalta que um dos maiores desafios de atuar como escrivã de polícia é manter a qualidade de serviço prestado à sociedade. Para a escrivã, a falta de efetivo tem sobrecarregado todas as carreiras, principalmente no interior do estado.

"Em uma Delegacia da Mulher, o baixo efetivo compromete a saúde mental do escrivão. O acolhimento de vítimas de violência necessita de um cuidado especial, que para ser bem desempenhado é necessário estar bem física e mentalmente. Uma boa equipe é fundamental para o sucesso de qualquer unidade", finalizou. 

Fonte: PJC MT
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