Camila Molina/Polícia Civil-MT
Desde a infância, o sonho do investigador Aleksandro Marques de Aguilar era ser policial, carreira pela qual acreditava que poderia ajudar as pessoas e contribuir para a sociedade. Atualmente lotado na Delegacia Especial de Fronteira (Defron), Marques, como é conhecido por amigos e colegas de profissão, é chefe de operações da equipe, mas passou por outras instituições antes de realizar o seu sonho de se tornar policial civil.
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Atuando na região de fronteira do estado desde que ingressou na instituição, Marques nasceu na capital paulista e veio para Mato Grosso logo após completar um ano de idade, quando seus pais se mudaram para Rio Branco em busca de melhores condições de trabalho.
No final da década de 80, a família mudou-se novamente, desta vez para a cidade de Cáceres, onde Marques passou a sua infância e adolescência cultivando o sonhosde ser policial e se espelhando em seus dois irmãos mais velhos, que já atuavam na área de Segurança Pública (um deles como Bombeiro Militar e o outro como investigador da Polícia Civil, também lotado na Defron).
Exército e Sistema Penitenciário
A certeza de atuar na área da segurança pública ficou ainda mais evidente em 1993, quando Marques ingressou no serviço militar obrigatório no Exército Brasileiro e servindo no 2º Batalhão de Fronteira (2ªBFron) como recruta na Arma e Infantaria.
"Foi uma grande honra e orgulho perfilar as fileiras do Exército Brasileiro e iniciar assim a realização do meu sonho de infância. No ano de 1994, durante a instrução do período básico e qualificação, ocupei posição de destaque recebendo a Honraria de Barreta de Praça mais distinto do Batalhão", conta.
Depois de sair do Exército, em julho de 2002, Marques retornou para a área de Segurança . Em 2004 ele passou no concurso público para agente penitenciário de Mato Grosso, sendo lotado na Cadeia Pública de Cáceres, cargo em que permaneceu até junho de 2008.
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Investigador de polícia
Enquanto estava no Sistema Penitenciário, Marques fez o concurso público para o cargo de investigador de polícia, realizado em 2005. A posse ocorreu em 2008 e a primeira lotação, após o Curso de Formação Policial, foi na Regional de Cáceres, na Delegacia de Mirassol d’Oeste.
"Neste momento, o meu sonho foi efetivamente concretizado. O trabalho policial na Delegacia de Mirassol D’Oeste me trouxe muitas alegrias, foi um momento ímpar em minha vida, onde aprendi na prática a essência de ser investigador de polícia. Adquiri conhecimento, troquei várias experiências profissionais, tive a oportunidade de conviver com colegas excepcionais e nos tornamos uma grande família", lembra.
Na ocasião, Marques trabalhou com o atual delegado-geral, Mário Dermeval, que na época era titular da Delegacia de Mirassol d’Oeste. O investigador recorda que a unidade tinha os melhores policiais da região e atuavam não só no município como em várias cidades vizinhas de fronteira como Rio Branco, Lambari d’Oeste, Salto do Céu, Curvelândia, Porto Esperidião e Glória D’Oeste, pelas quais o delegado também respondia.
O investigador citou nomes de grandes amigos e mestres (alguns in memorian), que marcaram o período em que esteve em Mirassol d’Oeste e destacou profissionais respeitados, com inúmeros serviços prestados na fronteira.
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"Carrego um sentimento de nostalgia dessa época, pois era muito bom trabalhar com os amigos no dia a dia, assim como era prazeroso o trabalho de investigação, desvendando inúmeras ocorrências e dando o devido retorno esperado para sociedade", destaca.
Um dos casos que marcou a carreira do policial ocorreu em maio de 2010, quando a equipe elucidou um roubo e cárcere privado praticado contra um promotor de Justiça de Mirassol d’Oeste. Após tomar conhecimento do roubo e liberação da família, a equipe mobilizou diligências por toda região e conseguiu em menos de 24 horas prender cinco envolvidos no crime, dois deles menores de idade, na cidade de Porto Esperidião. Além da prisão do grupo, o trabalho resultou na recuperação de todos os objetos e veículos subtraídos no roubo.
Delegacia Especial de Fronteira
De Mirassol d’Oeste, Marques foi removido para a Delegacia Regional de Cáceres, onde ficou 2012 a 2016, atuando na Gerência de Investigações Gerais . Em janeiro de 2017, com a instalação da Delegacia Especial de Fronteira (Defron), o policial foi designado para atuar na especializada, onde permanece até hoje e é líder da equipe de investigação.
Para o policial, trabalhar na região de fronteira é um desafio diário, uma vez que é o local de atuação de grandes organizações criminosas fortemente armadas e com grande poder econômico para a movimentação de ilícitos. "Deparamos com inúmeras ocorrências vultosas, com tentáculos em toda faixa de fronteira e também em países vizinhos", disse.
O investigador destaca que um dos fatores primordiais para atuar na faixa de fronteira é a integração das forças de segurança aliada ao bom serviço desenvolvido, além da gestão frente às necessidades do trabalho investigativo.
"Somos testemunhas que tudo melhorou. Hoje temos estrutura para trabalhar, prédios novos, armamentos novos, viaturas novas, pagamento de diárias, o Sistema Geia e outros pontos que permitem que o policial possa apenas se preocupar com a sua atividade fim, que é a investigação de qualidade", destaca.
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Dentro de todas as expectativas positivas, Marques abre espaço para um novo sonho em sua carreira, que é a construção da sede própria da Defron, projeto em que está diretamente envolvido junto com o Conseg de Cáceres para viabilizar o projeto executivo.
"É um projeto audacioso, orçado em aproximadamente R$ 5 milhões e idealizado em conjunto com a Diretoria Geral. Já conseguimos apoio do Conseg para elaboração do projeto executivo e buscamos parcerias para levantar recursos para construção da nova unidade da Defron. Será a realização de mais um sonho dentro da minha carreira", finalizou o investigador.