O governo brasileiro não aceita mais o secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, como seu interlocutor nos preparativos para a Copa do Mundo de 2014.
A decisão, anunciada neste sábado pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, é uma reação aos comentários feitos por Valcke na sexta-feira, com críticas à preparação do Brasil para o Mundial. Ele chegou a dizer que os organizadores precisavam levar um "chute no traseiro" para fazer a Copa acontecer.
"O governo não aceitará mais, no nível de governo, o secretário-geral como interlocutor", disse o ministro em entrevista coletiva neste sábado, em São Paulo. "Vou comunicar o presidente da Fifa, senhor (Joseph) Blatter dessa decisão."
Ele considerou as declarações de Valcke uma "ofensa" e as classificou como "inaceitáveis". O ministro disse ainda que, se o secretário-geral da Fifa vier ao Brasil no próximo dia 12, como é esperado, não será recebido pelas autoridades do governo brasileiro.
O ministro lembrou ainda que em visita ao Brasil em janeiro, Valcke foi recebido por autoridades do governo e fez elogios ao andamento das obras de estádios e de mobilidade urbana para a Copa.
"Nós temos tido uma atitude cordial, respeitosa, cuidadosa para dar aos visitantes representando a Fifa um ambiente de bem-estar. Agora, não podemos receber de volta um comentário que é ofensivo até numa relação pessoal", disse o ministro. "Não tem cabimento."