Terça, 20 de Maio de 2025
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Conheça a hitória do Luverdense

Início rápido, títulos e auge aos nove anos: Luverdense Esporte Clube, Afinal quem é o Luverdense, time do interior mato-grossense que se prepara para enfrentar o Corinthians, atual campeão mundial

Redação
Por: Redação Fonte: MT Agora - G1
21/08/2013 às 07h57 Atualizada em 08/02/2023 às 06h57

Novembro de 2003. Lucas do Rio Verde já desponta como uma das potências do agronegócio brasileiro. Soja, milho, algodão e também a suinocultura dominam a economia da cidade. Eis que o presidente da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), Carlos Orione, faz o convite ao então prefeito Otaviano Pivetta: - Montem um time de futebol!

Cerca de 20 amantes do esporte na cidade, que tem forte colonização gaúcha, se reúnem e decidem criar o Luverdense Esporte Clube, fundado oficialmente em 24 de janeiro de 2004. Da primeira reunião até o primeiro jogo oficial foram menos de dois meses.

Nove anos depois, o Verdão do Norte – como ficou conhecido – se prepara para enfrentar o atual campeão mundial. Nada mais, nada menos que o Corinthians, time que tem uma das maiores torcidas do país e um vasto currículo de vitórias.

- Não esperávamos. Montamos um time forte para brilhar em Mato Grosso. Tanto que no primeiro ano, fomos campeões da Copa Mato Grosso. Mas dizer que em menos de 10 anos iríamos receber o campeão do mundo? Está sendo muito bom. Muito – disse um dos fundadores e dirigente do clube, Edu Pascoski.

São nove anos de vida, seis disputas de Série C do Campeonato Brasileiro, dois títulos mato-grossense e três conquistas da Copa Mato Grosso.

- É uma emoção muito grande. Hoje todos sabem quem é o Luverdense. Eu fiz parte desta história e tenho muito orgulho. Ver toda essa movimentação na cidade, os torcedores comprando camisas. Hoje, o Luverdense é um dos orgulhos de Lucas do Rio Verde – disse Elder Biazus, que também ajudou a fundar o clube.

O nome é sugestivo: quem nasce em Lucas do Rio Verde é conhecido como Luverdense. A casa do time, o Estádio Passo das Emas, foi construída em menos de dois meses. Um campo que já existia e que pertence à Prefeitura do município até hoje.

- Se tudo der certo e subirmos para a Série B do Brasileiro, temos um projeto pronto para dobrar a capacidade de cinco para dez mil pessoas – disse Edu.

Rigidez
Hoje, o Luverdense já é conhecido como o time mais influente do futebol mato-grossense. Mais do que o tradicional Mixto, que outrora disputou Série A do Brasileiro, na década de 70. Eram outros tempos.

- Pagamos o salário em dia e exigimos a resposta do atleta. Somos rígidos. Quem passa do peso é multado. Quem sai à noite leva advertência e, se continuar, é dispensado. Ninguém vem aqui para roubar dinheiro. O atleta tem que jogar bola. E vai receber toda a estrutura para isso. Mesmo sendo interior de Mato Grosso – completou Pascoski.

A máxima é compartilhada pelo capitão Zé Roberto, que, entre idas e vindas, soma mais de quatro anos no clube.

- Temos um grupo muito bom, uma diretoria que nos dá o respaldo e só nos preocupamos em entrar em campo e fazer nosso melhor – afirmou.

Em 2012, o time bateu na trave para conquistar o acesso para a Série B do Brasileiro. Parou na Chapecoense, que hoje ocupa a vice-liderança no torneio. Após liderar toda a primeira fase, o Verdão do Norte perdeu o jogo de ida das quartas de final por 3 a 0 e não teve forças para reagir.

- Foi uma lição importante. Erramos no planejamento. Parece que não era pra ser mesmo. Esse ano será diferente – analisou Edu.

Verba
O time ainda não se paga. São cerca de R$ 300 mil de folha salarial e cerca de R$ 100 mil de despesas extras. A diretoria evita divulgar valores, mas boa parte desse montante sai do bolso dos dirigentes, que têm vastas plantações de soja e milho na região. O dinheiro do agronegócio movimenta não só a cidade, mas o time que tem conquistado cada vez mais a simpatia do torcedor.

- Aqui temos muitos gremistas e colorados, pois nossa população é formada basicamente por gaúchos. Mas, hoje, muitos deixam de acompanhar o jogo do seu time de coração para ir ao estádio assistir ao Luverdense. Nosso time tem tradição vencedora e temos que manter assim. O Corinthians que se cuide, pois vamos incomodar – disse o torcedor Rogério Prates.

Futuro
O acesso para a Série B do Campeonato Brasileiro é a obsessão do Luverdense. São seis anos seguidos na disputa da Série C.

- Sentimos o cheirinho do acesso e posso dizer que ele é muito bom. Estamos focados e trabalhando muito para isso. Queremos mostrar para todos que em Mato Grosso existe futebol de qualidade, organizado e que pode bater de frente com outros grandes times nacionais – disse o presidente Helmute Laswich, que acompanha o time em todas as partidas.

- Hoje, os jogadores sabem que trabalhar no Luverdense dá resultado. Estamos muito bem falados no cenário e isso não se conquista do dia pra noite. Ralamos muito e chegou a hora de alçar voos maiores – completou Laswich, que preside o time desde sua fundação.

A equipe tem se especializado em apostar em jovens treinadores. O hoje comandante do Paraná Clube, Dado Cavalcacanti, levou o time ao bicampeonato mato-grossense no ano passado, e às quartas de final da Série C do Brasileiro. No início do ano, contratou o experiente Roberval Davino, mas logo viu que sua vocação é ter alguém jovem. A solução foi bem caseira e vem dando resultado.

O ex-atacante da equipe, Júnior Rocha (artilheiro do time na campanha do título estadual em 2009) assumiu no meio do ano e conduziu o time as oitavas de final da Copa do Brasil e a vice-liderança do grupo A da Série C.

- Sei o perfil do time, já conhecia os jogadores, conheço a filosofia do clube e agradeço a oportunidade de comandar um time profissional. No último ano estive nas categorias de base do Luverdense, que me deram uma boa experiência. Estamos vivendo um momento único e temos que aproveitar – disse Rocha.

??Júnior Rocha tem sua primeira chance em um time profissional. Ele tem apenas 32 anos (Foto: Assessoria/Luverdense Esporte Clube)

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