Helmute Lawisch, presidente do Luverdense-MT, estava eufórico já às 9h desta manhã. Ele atendeu o Terra exatamente nove horas depois de sua equipe conseguir a vitória mais surpreendente em nove anos de vida: bateu o atual campeão mundial Corinthians por 1 a 0 e abriu vantagem importante pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Lawisch relatou um verdadeiro carnaval de rua por Lucas do Rio Verde, do interior matogrossense, mas também falou sobre o que percebeu do lado oposto. Um cenário de crise e pouca motivação.

"O Corinthians estava com dois grandes problemas, vou anunciar para ti. Isso repercutiu e vai repercutir mais 10, 15 dias. Um problema é que não estava mobilizado como deveria. E o efeito Sheik vai dar problemas", disse Helmute. Ele fez menção à foto publicada pelo atacante Emerson (em dava um selinho em um amigo) como brincadeira, mas de grande repercussão. "Eu acompanho tudo, hoje é muito globalizado. Os 'manos' do Corinthians viraram tudo machão (sic)", explicou.

Ainda para o presidente do time vencedor, os corintianos jogaram com pouco empenho no Estádio Passo da Ema e fizeram críticas, para Helmute, sem fundamento. "Para nós, era uma alegria jogar contra o Corinthians. É diferente, do lado de lá. Vem jogar no interior do Mato Grosso, nesse campo ruim... (amolece a voz, simulando preguiça). Mentira! Não é campo ruim, é desvio de foco", acrescentou sobre reclamações pelo campo possivelmente inadequado.

"Na preleção eu falei para a gurizada que não precisava motivá-los", citou em relação a seus jogadores. "Só queria reiterar a confiança nos atletas, na comissão técnica, porque temos um grupo e uma comissão técnica bem profissionais. Esse era o meu sentimento. Não foi à toa que ganhamos do Santa Cruz (pela Série C) por 3 a 1. Quem me conhece sabe que sou otimista", explicou.

A respeito do gol marcado por Misael, que ajeitou a bola com o braço, Helmute minimizou o fato. "Eu estava longe e na hora nem vi esse detalhe. Acho que o juiz também estava atrás. Você vê que o Misael coloca a mão no peito do adversário e a bola bate na mão dele. Se fosse contra a gente, eu teria que aceitar. Contra o Corinthians não vale? É igual", comparou.

O gol marcado nos acréscimos da partida, então, daria início a uma grande festa no interior do Mato Grosso. "A madrugada de Lucas (do Rio Verde) se confundiu com os grandes centros urbanos. Teve muito congestionamento, tudo trancado, eu não chegava em casa. Mas quando cheguei foi tranquilo. Tomei uma dose de whisky e fui dormir", contou o presidente.

Na próxima quarta-feira, no Pacaembu, o Luverdense-MT tentará resistir à força do Corinthians dentro de seus domínios e em busca da inversão do placar. "Nós vamos trabalhar, vamos trabalhar para isso. Temos mais 90 minutos. Vamos com uma logística bem feita, errar o mínimo possível e chegar com confiança. Eu sei que vai ser uma guerra para nós", advertiu Helmute.