As armadilhas ovitrampas instaladas no fim de abril (22) no Bairro Bela Vista já tiveram suas primeiras leituras. Na primeira leitura do mapa de calor que mede a proliferação do Aedes aegypti, quatro pontos vermelhos, identificados como alto índice, o que é alarmante; também foram identificadas três pontos laranjas que mostram índices elevados; pontos azuis e amarelos também requerem um olhar mais detalhado. Locais marcados com verde são pontos sem constatação de focos.
Já na segunda leitura, foram encontrados menos pontos vermelhos - três e dois laranjas. Somados os dois momentos foram encontrados 1.085 ovos do Aedes aegypti no Bela Vista.
Conforme a coordenação do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), o mapa da leitura das armadilhas torna o trabalho da Vigilância em Saúde Ambiental mais dinâmico possibilitando estratégias pontuais nas quadras com ações pontuais, céleres e assertivas em tempo real. A agilidade na identificação dos focos, gera agilidade na eliminação dos criadouros visto que a armadilha mostra as quadras com mais incidência de ovos.
O mapa de calor possibilita ainda que a equipe da Vigilância em Saúde Ambiental possa atuar com ações pontuais para a eliminação de criadouros e do mosquito nos pontos em vermelho.
Hoje, os bairros Fraternidade, Bela Vista e Rota do Sol contam com armadilhas instaladas. No Bela Vista e no Rota a parceria é com o Ministério da Saúde e no Fraternidade a Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Nesta quinta-feira, 22 de maio, foi realizada a coleta do material no bairro Rota do Sol, os números devem sair na próxima semana, os índices do Rota devem ser divulgados na próxima semana.
De acordo com o gestor da Secretaria de Saúde (Semas), o médico Vanio Jordani, os bairros foram escolhidos levando em consideração o total de imóveis instalados e o número de casos de dengue e chikungunya registrados em cada região.
No Rota do Sol, por exemplo, são 4.389 imóveis cadastrados; e no Bela Vista são 2.456 imóveis. Desde o início de janeiro, o Rota registrou sete casos de dengue e 29 de chikungunya, o bairro está com índice de infestação em 3,73%, o anterior era 4%. Já no Bela Vista foram quatro registros de dengue e 24 de chikungunya, o Bela Vista está com índice de infestação em 1,72, o anterior era 1,31%.
“São situações diferentes (nos bairros Rota do Sol, Bela Vista e Fraternidade), são dois sistemas diferentes em testes, mas ambos muito eficientes e que estão nos dando noção da real situação dos pontos em que estão instalados por meio do mapa de calor”, reitera o gestor da Saúde. “São dois projetos pilotos muito similares, no Fraternidade em parceria com a Faculdade Estadual de Londrina (UEL) e nos outros com o Ministério da Saúde”, finaliza completa.
O secretário acrescenta que quando o agente de combate a endemias (ACE) visita ou uma residência ou empresa e se depara com um criadouro de Aedes, nesse local o problema já está instalado, pois certamente já teve pupas e mosquitos adultos. “A armadilha vem pare evitar esse ciclo, ela é uma ferramenta que consegue interceptar antes, na fase de larvas, e então conseguimos desenvolver ações em pontos específicos; a armadilha será uma ferramenta a mais para mapearmos pontos com problemas”, detalha.
Jordani pontua dentro em breve a equipe da Vigilância em Saúde Ambiental está montando um segundo laboratório. O primeiro, já instalado e em funcionamento, atende as atuais demandas para análise das amostras coletadas pelos ACEs; o novo laboratório, em instalação, deve ser usado especificamente para a análise do material que será coletado pelas armadilhas ovitrampas.
Como são as armadilhas do Fraternidade
O secretário salienta que no bairro Fraternidade já foram instaladas 25 armadilhas. “Estas instaladas no Fraternidade integram um outro projeto experimenta”, diz. As armadilhas experimentais já instaladas no Fraternidade são um projeto prático em conjunto com a Universidade Estadual de Londrina (UEL). Além da Prefeitura de Sorriso, integram o projeto o Instituto Mato-grossense do Algodão (IMA/MT), a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (AMPA), a Assembleia Legislativa, Promotoria Pública e Judiciário de Sorriso.
Diferente das situações do Rota do Sol e do Bela Vista onde as armadilhas ovitrampas foram instaladas sob supervisão do Ministério da Saúde e o controle conta com ações pontuais; no Fraternidade a equipe pode atuar com o controle biológico utilizando larvicida a base de bactéria Bacillus thuringiensis israelense (Bti) e o uso de inseticida, quando necessário. No Fraternidade o tempo de coleta das palhetas é de 14 dias e nos outros dois bairros o período correto é de uma semana.
No Fraternidade o índice de infestação está em 3,25 o anterior era 11,78%. Foi registrado um caso de chikungunya.
Texto: Claudia Lazarotto
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