A expressão “solitário em uma multidão” nunca fez tanto sentido como no mundo atual. As diversas tecnologias de interação, gadget de todas as naturezas, aplicativos, sites de relacionamento, chats e etc. São tantas opções para conhecer novas pessoas que fica impossível de lista-las aqui. Porém, uma vem chamando a atenção de internautas e usuários de consoles como Playstation 4 e Xbox One. Os jogos em rede que trazem uma maneira diferente de entreter o usuário e ao mesmo tempo criar um elo de ligação entre os jogadores envolvidos.

Criam-se ligas de diferentes esportes, grupos de ação tática, times de futebol, companheiros de pôquer, enfim, são diversas maneiras de envolver seus amigos ou conhecer pessoas novas. Com um headset ligado ao computador ou ao console escolhido, é possível conversar, interagir e até mesmo dividir as conquistas. É um mundo a parte que vem atraindo pessoas de diversas partes do planeta.

Desde os primórdios, o ser humano anda em grupos. Seja por motivos de sobrevivência ou interação, as relações sociais têm um papel fundamental no nosso desenvolvimento. Temos a necessidade de nos comunicar e socializar para construir relações de forma natural ou por interesses particulares.

Ao longo da vida, desenvolvemos diversas relações oriundas dos mais diversos grupos, o que se torna essencial para o crescimento intelectual, pessoal e profissional. Muitas vezes acabamos por nem observar tais movimentos, mas estamos inseridos nessa dinâmica diariamente, sejam elas relações formais que são em geral passageiras, como as que temos no ambiente de trabalho, ou nas relações informais que tendem a ser mais duradouras como as que desenvolvemos em família ou com amigos.

Grande intelectual do século 19 e reconhecido por seus estudos relativos a sociedade, Max Weber (1864-1920) conceitua relações sociais falando em reciprocidade de comportamento e em troca de experiências e companheirismo.

Mas muito do que Max acreditava ser parâmetros de comportamento na construção das relações sociais há mais de 100 anos, se reconstruiu nas ultimas três décadas graças a revolução tecnológica. O Surgimento da internet tornou-se um marco na evolução da humanidade assim como a revolução industrial. Neste contexto, jogos online e redes sociais abrem uma gama de novas possibilidades para as interações sociais.

Há algum tempo, um primeiro contato poderia ser uma barreira para o início de uma relação, seja por receio, vergonha, timidez ou insegurança. Atualmente as ferramentas digitais para aproximar as pessoas e trabalhar na “quebra do gelo” e acelerar esse primeiro contato são infinitas.

Interesses em comum, esportes, hobbies, causas sociais ou puramente diversão, acabam naturalmente agrupando pessoas que em outras circunstancias jamais fariam contato. Um exemplo clássico dessa revolução são os jogos online. Jogos como League of Legends, plataformas de pôquer e até clássicos de consoles antigos, desmistificam o jogo como algo negativo e criam uma rede de relações de amizades e parcerias.

Nessa linha de raciocínio é possível pensar os jogos digitais com a ideia de inclusão social que não se limita por idade, credo ou qualquer tipo de filtro. A capacidade de incluir pessoas, e ao mesmo tempo ativar uma realidade lúdica e fantasiosa, pode mostrar muito da essência da rede mundial de computadores. Diminuindo distâncias, proporcionando encontros improváveis e diluindo as fronteiras entre as pessoas.