Depois de muitas reclamações de parte a parte, Fifa e Governo federal resolveram que vão elaborar um relatório único sobre o andamento das obras para a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil. A medida, discutida durante encontros em Zurique e agora no Rio de Janeiro, visa a evitar discursos diferentes e consequentemente os muitos atritos que vinham ocorrendo no caminho de organização do Mundial.

"Nós vamos nos reunir periodicamente e ver as avaliações que temos. Aí divulgamos apenas um relatório", anunciou o secretário geral da Fifa Jérôme Valcke. Os frequentes entendimentos distintos sobre o andamento das obras eram ocasionados porque o Governo federal tem uma forma de avalia-lo, enquanto a entidade tinha sua própria consultoria.

É a primeira medida de integração da Fifa e do Governo desde que a presidente Dilma Rousseff definiu que o secretario-executivo Luis Fernandes assumiu um posto no comitê organizador local (COL) da Copa do Mundo de 2014.

"Não é a primeira vez que temos membros do governo no COL. Na África do Sul, tínhamos de seis a nove ministros. Nós decidimos que quando houver divergências nós vamos nos reunir e resolver", afirmou Valcke. "Por isso definimos essa nova estrutura. É o momento de nos unirmos para tocarmos as obras e entregarmos a Copa do Mundo. Nós nos entendemos na forma como temos que atuar".

O primeiro relatório ainda não tem data para ser divulgado. O Governo, no entanto, ainda não confirmou que deixará de divulgar seus informes trimestrais de todas as obras como o divulgado na semana passada. "Estamos estudando isso. O trabalho e a construção da Copa do Mundo têm de ter como referência o prazo de realização do evento e as referências estabelecidas pelo calendário. Estamos fazendo um esforço para integrar programa de controle e acompanhamento", explicou o ministro Aldo Rebelo. "Vamos integrar as equipes para visitas as obras e tenho confiança na conclusão das obras que precisam estar prontas para a Copa das Confederações. Acho que não teremos problema".

Embora a Fifa tenha anunciado a tabela da Copa das Confederações com seis sedes, ainda há espaço para voltar atrás. O secretário geral Jérôme Valcke definiu que os estádios participantes da competição deverão passar por uma avaliação no final de novembro. O principal receio da entidade é que Rio de Janeiro, Salvador e Recife não fiquem prontos. Se algum deles não passar no último teste, cairá fora do evento. "Nós só vamos começar a vender os ingressos para a Copa das Confederações depois dessa definição. Mas nós temos confiança de que todos os estádios estarão prontos", disse Valcke.

A secretária estadual de esportes do Rio de Janeiro, Márcia Lins, afirmou que o Maracanã será entregue no dia 28 de fevereiro do próximo ano, portanto a tempo de receber a final da Copa das Confederações - que ocorrerá no dia 30 de junho - e mais dois jogos. O governador da Bahia Jaques Wagner disse que nesta quarta-feira a Fonte Nova é o segundo estádio com obras mais avançadas para o evento.