
O coronavírus está mudando o ritmo do mundo em 2020. Países de todos os continentes estão buscando reagir de alguma forma para preservar a saúde de seus cidadãos e minimizar os efeitos negativos da pandemia na economia. Sem dúvidas, essa não é a melhor hora para fazer investimentos no exterior ou viajar, nem mesmo é hora de sair de casa.
Depois que no início desta semana, a Índia anunciou que colocará toda a sua população de 1,3 bilhão de habitantes em quarentena pelos próximos 21 dias. Isto significa que 25% da população do planeta está de quarentena para tentar conter o avanço do contágio pelo vírus no mundo.
Coronavírus assombra o mundo em pouco tempo
O novo coronavírus surgiu na província de Hubei, no centro da China, mais precisamente na cidade de Wuhan, capital da província. A nova doença foi descoberta em dezembro do ano passado e em pouco mais de três meses, o vírus se espalhou em mais de 150 países, alcançando todos os continentes do mundo.
A doença causada pelo novo coronavírus foi batizada de covid-19. O vírus provoca uma espécie de infecção respiratória, que coloca em risco, principalmente, pessoas com baixa imunidade e idosos, porém também atinge os mais jovens e pessoas com bom histórico de saúde.
Semelhante a uma gripe, a covid-19 se manifesta através de sintomas como a febre e a tosse seca e em casos mais graves pode resultar em uma forte falta de ar. Quatro em cada cinco casos da doença são leves, cerca de 5% dos infectados ficam em estado grave e cerca de 3% acaba morrendo.
O principal problema do vírus não está em si na sua letalidade, mas em sua rápida disseminação. As consequências do vírus podem ser gigantes, já que como o vírus se dissemina rapidamente, ele tende a causar “caos” nos sistemas de saúdes.
Isso é o que está acontecendo atualmente na Itália, na Espanha e nos Estados Unidos, que segundo especialistas deve se tornar o novo epicentro do vírus.
Segundo um levantamento feito pela FGV, Reino Unido e Espanha, que enfrentam atualmente o pico da epidemia em seus territórios, já investiu em medidas que chegam a 17% do PIB. Em medida expressiva, o governo britânico decidiu por repor até 80% do salário dos trabalhadores que estão em casa por conta das suspensões doa sua renda.
Pelo pacote anunciado, o Reino Unido deve cobrir a renda dos trabalhadores até o limite de 2.500 libras, cerca de R$ 14.800, patamar que é superior a renda média dos cidadãos do país.
Nos Estados Unidos, que devem se tornar o próximo epicentro da pandemia nas próximas semanas, os pacotes de medidas adotados por Donald Trump chegam a cerca de 6,3% do PIB, porém o Congresso Americano deve elevar os custos para cerca de 11,3%.
O continente marcado por colonização, guerras, misérias, ditaduras já sofreu com a proliferação de doenças. Recentemente, entre 2014 e 2016, a África foi o epicentro da epidemia de ebola, que infectou mais de 28 mil pessoas e causou mais de 11 mil mortes no continente.
Medidas do governo brasileiro se mostram insuficientes para o momento
As medidas anunciadas por Jair Bolsonaro e pelo ministro da economia Paulo Guedes estão bem abaixo do que os pacotes anunciados por outros países do mundo. O governo chegou, inclusive, a editar uma Medida Provisória que permite a suspensão de contrato de trabalhos por quatro meses, que foi revogada após pressão popular.
Além disso, em pronunciamento relacionado na última terça-feira, dia 24, o presidente Jair Bolsonaro criticou as medidas de isolamento social dos governadores e fez um discurso incentivando pessoas a deixarem a quarentena, contrariando as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e as ações de diversos países pelo mundo.
Duramente criticado por especialistas e imprensa, o presidente manteve o tom do seu discurso, após o pronunciamento. O Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que antes apoiava as medidas de isolamento social, afrouxou o seu discurso em nova coletiva para se alinhar as opiniões do presidente.