O fim do sonho da Série B 2013 deve significar também o fim do ciclo de jogadores e do técnico Dado Cavalcanti na equipe do Luverdense. Após a vitória sobre a Chapecoense nesta quinta-feira, o tom da fala do treinador já evidenciava o início do adeus. Emocionado, ele disse ter colecionado momentos preciosos no município e valorizou o apoio demonstrado pela torcida durante o Campeonato Estadual e no Brasileiro da Série C.
O presidente do clube, Helmute Lawisch, evitou críticas, mas disse que as pessoas que acompanharam o Luverdense viram quem ‘faltou’ na partida decisiva. “Cada um sabe o que está fazendo”, indicou. O mandatário luverdense revelou-se feliz pelo desempenho da equipe e a trajetória vitoriosa em 2012 e pela demonstração de carinho dos torcedores que não desanimaram depois da derrota em Chapecó.
Sobre o futuro, Lawisch evitou antecipar anúncios. Garantiu que não está dispensando nenhum atleta, já que em 2013 a equipe vai disputar novamente Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro da Série C, além do Estadual. O dirigente citou que o clube abriu espaço para bons talentos brilharem nas competições que disputou. “É uma pena, mas alguns profissionais a partir de primeiro de janeiro não devem estar aqui. Mas o Luverdense segue, o futebol matogrossense também”.
Sobre o meia Rubinho, Helmute lembrou que muitos clubes do futebol brasileiro mostraram interesse em sua contratação. Artilheiro da equipe na Série C, o atleta já havia sido sondado por clubes estrangeiros durante a competição, mas preferiu manter o foco na disputa. “Que bom que o Brasil sabe que o Rubinho existe”, declarou Helmute.
Em relação a Dado, o próprio treinador sinalizou o fim do ciclo. Em entrevista a imprensa, ele disse que conversou previamente com a diretoria expondo que, caso não conseguisse o acesso à Série B não deveria continuar no comando da equipe. “É muito recente (a desclassificação), e não é hora de tomar decisões de cabeça quente. Amanhã (hoje) devemos conversar com a direção”, declarou.
Dado tem casamento marcado para a primeira quinzena de dezembro e leva em consideração a nova etapa da vida pessoal. As decisões que pretende tomar serão em conjunto com a futura esposa. Ao ser questionado sobre o destino profissional, em qual Estado deverá atuar, o treinador revelou que deve mesmo trabalhar em São Paulo.
“Procede. Não é de hoje. Deixo bem claro que sempre prevaleceu o meu profissionalismo em toda condição de trabalho. Em nenhum momento nem eu e nem a direção, nunca deixamos vazar nada para a imprensa pra não comprometer o andamento dos trabalhos”, ressaltou. “Eu só me permiti a falar sobre isso agora”, emendou, citando que o momento não era de oficializar nenhuma decisão, mas de refletir qual será o caminho a ser trilhado.
Emocionado
Com os olhos marejados, Dado Cavalcanti falou sobre a visita de crianças alunas de escolas de Itanhangá, município onde ele fez uma palestra e que motivou a visita ao Passo das Emas nesta quinta. Ele disse que a entrada das crianças em campo foi apenas uma das emoções. Outra foi a presença de Edimar Damião, atleta que deixou o futebol profissional após descobrir problemas de saúde em exames no clube. Dado revelou uma promessa feita nos vestiários. “Eu prometi que não ia dispensar nenhum atleta do grupo que provasse e demonstrasse que queria ficar. Mas infelizmente aconteceu com o Damião algo que não pensávamos e ele acabou nos deixando, e deixando o que gosta de fazer, que é jogar futebol profissional”, lamentou.
Outro momento que marcou o treinador foi quando o elenco entrou em campo e ele pode visualizar as arquibancadas lotadas e as faixas de demonstração de fé do torcedor numa conq
uista que acabou não acontecendo. “Eu sei que o mais importante é deixar esse legado, deixar que as pessoas de Lucas do Rio Verde e região possam prestigiar ainda mais o Luverdense. Isso não pode parar por aqui”, destacou o treinador, admitindo que ontem não era a vez do Luverdense.